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“Meu coração não tem gênero. Eu poderia me apaixonar por um homem ou por uma mulher...”, conta Jean.

 

Ele vem da França e tem 56 anos. O processo de divórcio ocorre depois que ele percebe não ser capaz de continuar um casamento que durou 20 anos. Ele tem três filhos deste casamento. "Não podíamos expressar nossa orientação sexual confortavelmente, não podíamos viver da maneira que queríamos", diz ele, afirmando que a sociedade era mais conservadora naqueles dias.

 

Ele diz: "a parte mais difícil foram meus filhos", ao falar sobre o esforço estressante após o divórcio. "Eles acharam muito difícil aceitar que pai deles era bissexual e conversar sobre isso com os amigos, em seus círculos".

 

"A família toda conhece a minha orientação agora. Todo mundo aceitou isso com o tempo, com a condição de que eu não vivesse minha vida privada explicitamente... Não de mãos dadas, por exemplo. Portanto, não há mais grandes problemas. O único problema é o cano de água quebrado em casa ", acrescenta, rindo.

 

Jean diz que sua filha é gay, mas ela evita falar abertamente sobre o assunto. "Ela não acredita que possa se sentir confortável dentro da comunidade. Eu sei que é difícil para ela falar de forma direta sobre isso", diz ele.

 

As relações homossexuais são proibidas em Marrocos. Jean, que conheci nos estados de Marrakech, gay, os turistas europeus realmente não têm muitos problemas, mas os marroquinos homossexuais geralmente têm de pagar multas ou cumprir pena, podendo ser maltratados no processo.

 

"Não há mais nada a fazer além de sermos nós mesmos. Não precisamos ser mais femininos ou masculinos do que somos. É bom o suficiente ser natural, do jeito que somos... Quando nos aceitamos dessa forma, nossos amigos e familiares também o farão."

 

Uma nota ao leitor: Jean é bissexual, portanto se sente atraído por ambos os sexos. A razão pela qual o foco estava em seu relacionamento com os homens deve-se aos problemas de aceitação que ele sofreu em razão deles.

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