Dizem “você faz jus ao seu nome”. O nome de alguém é um fator decisivo para seu caminho e seu caráter.
O nome dela é Cennet (Paraíso), mas é chamada frequentemente de “Cane”. Ao longo dos anos, Vovó Cane ajudou muitas pessoas. Órfãos, aqueles que ela conhecia ou não... Alimentando e cuidando deles. “Isto não é o tipo de coisa sobre que você quer falar”, ela começava, não exatamente interessada em compartilhar os detalhes, mas todos poderiam apontar para a porta dela, seja um viajante, seja um estranho que apareceu na cidade.
“Eu os recebia e os alimentava. Preparava a cama para eles e escutava seu sofrimento. Então, eles poderiam partir”, diz Vovó Cane.
“Um deles apareceu nu. Andando por aí descalço. Chamavam-no de “Louco Hacı”. Nenhuma criança na época. Costumávamos dormir em tendas fora de casa. Nós lhe demos um lugarzinho, ele estava dormindo na tenda e estávamos em outro compartimento. Ouvi um rangido e, assim que abri os olhos, percebi que ele estava rasgando os lençóis. Acordei meu marido e ele disse: ‘não se preocupe, ele deve estar na cama dele’. Então eu lhe disse: ‘não estou assustada, mas todos os lençóis foram estragados. Ele está os rasgando’.
Aproximamo-nos dele imediatamente. Meu marido perguntou: ‘Hacı, o que você está fazendo?’. ‘Estou costurando, estou costurando’, ele respondeu. Acho que isso aconteceu porque ele não estava muito estável. Os lençóis, a roupa de cama... Tudo estava estragado, reduzido a pedaços. Eu o alimentei na manhã seguinte. Ele partiu novamente depois”.